Pular para o conteúdo principal
-tentando entender o senhor que está morando dentro do carro
abandonado no final da minha rua:


Peter Handke

A criança acabou de escrever e leu: «Como eu imagino uma vida melhor: Gostava que não fizesse nem calor nem frio. Devia soprar sempre um vento leve, por vezes devia haver uma tempestade em que as pessoas se têm de pôr de cócoras. Os carros desapareciam. As casas deviam ser encarnadas. Os arbustos deviam ser de ouro. Já se sabia tudo e não era preciso aprender nada. Vivia-se em ilhas. Nas ruas os carros estão abertos e pode-se entrar para dentro quando se está cansado. Os carros não pertencem a ninguém. À noite fica tudo aberto. As pessoas adormecem no sítio onde estão. Nunca chove. De todos os amigos ficam quatro e todas as pessoas que não se conhece desaparecem. Tudo o que não se conhece desaparece.»


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

um canto em Ibirarema