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Mostrando postagens de fevereiro, 2011
Irei em todas as mãos e sonhos conhecer a fuga desse silêncio

poesia de António Reis

Existo de casas que apanho do chão. É uma tábua que prego e uma candeia que acendo. É uma talha que lavo, uma azeitona que corto. Um vento que estendo. É um baldio que escavo. Uma gadanha que afio. Uma encosta que subo e um tempero que lembro. É uma trança que solto. Um escano que fecho, que não vendo, e uma roca que fio
Hei-de entrar nas casas também Como o silêncio A ver os retratos dos mortos nas paredes um bombeiro um menino A ver os monogramas bordados nos lençóis os vestidos virados os vestidos tingidos os diplomas de honra as redomas E a caderneta dos Socorros Mútuos e Fúnebres em atraso Hei-de entrar nas casas também como o luar A ver as faltas de roupa interior e de cama os rostos preocupados com os avisos da luz e da água com a máquina de petróleo apagada jornais nas paredes e um pássaro na varanda a cantar ao lado duma flor. http://www.antonioreis.blogspot.com/
encomendo a oferta atravessando a mulher as sete pedras e a vibração de um pêndulo outra terra me compõe em suas leis preparo esse dia ar que quero o silêncio anda  pulsa  a  fala recolhe o rio e desfaz a forma fenômeno absoluto amadurece

toda criação

eu mãe Ibirarema