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Hilda Hilst

homenagem a Pavel Kohout

Que te devolvam a alma
Homem do nosso tempo.
Pede isso a Deus
Ou às coisas que acreditas
À terra, às águas, à noite
Desmedida,
Uiva se quiseres,
Ao teu próprio ventre
Se é ele quem comanda
A tua vida, não importa,
Pede à mulher
Àquela que foi noiva
À que se fez amiga,
Abre a tua boca, ulula
Pede à chuva
Ruge
Como se tivesses no peito
Uma enorme ferida
Escancara a tua boca
Regouga: A ALMA. A ALMA DE VOLTA
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entre o que tenho nas mãos e os naufrágios que me serve o amanhã a única espera é de aferrar-se ao tempo antes que tudo fosse importante.
Aqui todo mundo tem seu canto incômodo Seu olhar incômodo Aqui não se respira ar cômodo Eles não tem mais vontade de voar sobre nós, os incômodos Não se vê beleza de lá de cima Gente deitada, desorientada Gente desacreditada são as daqui de baixo Não olham não concordam, não se fala mais de emoção Aqui só respiram e falam da razão Razão essa que desconheço É ...não me deixei contaminar É...eu sou do interior O que gosto e quero é que me deixem voar E que não me falem mais da razão E não só da emoção É tempo de escutar, de tentar ver eles lá de cima Vindo até aqui, pro mundo dos incômodos.